Que teorias foram propostas para a Formação do Sistema Solar?
- Hipótese da Colisão entre duas estrelas, com formação de planetas (Buffon, 1749): Num dado momento da história do universo ter-se-ia registado uma catástrofe. Um cometa teria chocado com o Sol, e deste choque teria resultado a emissão de um filamento de matéria solar, que acabou por arrefecer e condensar em planetas.
- Hipótese da aproximação entre duas estrelas, sem colisão (Chamberlain e Multon, 1900): Antes de existirem os planetas, uma estrela teria passado junto ao Sol, e ter-lhe-ia arrancando alguns pedaços, devido à atracção gravítica. Estes pedaços acabariam por condensar em blocos que ficariam orbitando na direcção em que havia ter sido arrancados, formando, deste modo os planetas.
- Teoria Nebular (Kant e Laplace, 1796): A formação do sistema Solar seria devido a contracção de uma nebulosa gasosa em rotação. Esta nebulosa teria adquirido rapidamente a forma de um disco com uma saliência na parte central. Essa saliência iria aumentando, assim como a velocidade de rotação, originando no centro o proto-sol. Dele, de tempos a tempos, saltar-se-iam anéis de matéria que iriam dando origem a cada um dos planetas conhecidos.
Críticas a estas teorias:
- A Teoria de Buffon foi abandonada porque: a probabilidade de duas estrelas chocarem é praticamente nula pelo facto de estas se encontrarem a milhões de anos-luz umas das outras.
- Na Teoria de Chamberlain, a intervenção de uma estrela “intrusa”, explicaria o aparecimento de planetas, assim como a baixa velocidade de rotação do sol. Contudo esta teoria foi abandonada, por ser extremamente improvável a passagem de uma estrela tão próxima do sol. Além disso, o material arrancado acabaria por se desintegrar, não originando planetas.
- No caso da Teoria nebular, a velocidade de rotação do sol deveria ser maior e os gases ejectados pelo sol deveriam ter-se espalhado pelo espaço, em vez de condensarem sob forma de planetas.
Actualmente considera-se que o Sol, a Terra e os restantes planetas do Sistema Solar tiveram uma génese comum, há cerca de 4600 M.a.
A Teoria Nebular Reformulada (baseada na Teoria Nebular Original de Kant e Laplace) é considerada pelos astrónomos como a hipótese mais plausível para explicar a formação do Sistema Solar.
A Teoria Nebular Reformulada considera a existência dos seguintes passos:
- Numa zona do Universo existia uma nébula fria constituída por gases (H, He, ...), gelo e poeiras muito difusas;
- existência de forças de atracção gravítica entre partículas no interior da nébula fizeram com que se tenha começado a contrair, a aquecer e a rodar sobre si mesma. A contracção da nébula levou a um aumento da sua velocidade de rotação.
- Após anos a girar, a nébula terá começado a arrefecer e adquiriu a forma de um disco achatado – disco protoplanetário, em cujo centro existia uma saliência - O proto-sol -> SOL (no protosol terão começado desde logo a ocorrer reacções termonucleares);
- Os materiais do disco protoplanetário foram arrefecendo e condensando em grãos de poeiras dispersas. Devido à atracção gravítica, estes grãos sólidos iam colidindo uns com os outros e juntando-se (sofreram acreção) formando corpos de maiores dimensões (até ~1km) chamados planetesimais (os “tijolos dos planetas”), que foram aumentando de tamanho devido a sucessivas colisões e acreções com outros planetesimais, até originar corpos maiores - os protoplanetas, que depois se diferenciaram, formando os planetas. O aumento da massa permitiu a retenção de uma atmosfera à volta de alguns planetas.
- Os planetas telúricos ter-se-ao formado na zona mais interna do disco protoplanetário (zona mais quente) devido à colisão e acreção de metais e materiais rochosos. Os planetas gasosos ter-se-ão formado na zona mais externa do disco (zona mais fria), principalmente, através da acreção de gases.
- Os cometas e alguns asteróides são restos desses planetesimais, sendo, por isso, dos mais antigos corpos do Sistema Solar. Os primeiros planetas telúricos teriam aparecido nas zonas mais densas do disco proto-planetário, isto é, mais próximo do Sol, tendo a radiação solar impedido a incorporação dos elementos menos densos na constituição destes planetas, ficando a ser constituídos por elementos mais densos como o ferro, o níquel, e silicatos. Os planetas gigantes encontram-se mais afastados do Sol e isto foi consequência da radiação solar, que afastou da sua vizinhança a maior parte dos elementos químicos menos densos, como o hidrogénio e o hélio, no estado gasoso - devido à grande distância ao Sol, os gases passaram, em grande parte, ao estado sólido. Actualmente, a Teoria Nebular Reformulada está de acordo com as características gerais do Sistema Solar.
Exercícios Interactivos:
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